Ribamar Bernardes

a floresta

a floresta

 

nas florestas do pânico

aprendi a dançar

música para ouvidos inquietos

e se não ando mais reto

é culpa do sol ardendo na retina

é culpa daquela menina

também querendo

chamuscar minha pele bárbara

é lágrima arrancada

do olho triste

mas insite 

em buscar consolo

mesmo que as flores

murchem em maio

e meu desmaio

sempre venha

em junho

eu juro

somente longe de mim

encontro sossego

o beijo

é amargo

bebo vinho em um só trago

e me esqueço

afinal sei que mereço

uma gota de alívio

em meu

endereço