Ribamar Bernardes

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cavalo dos sonhos

cavalo dos sonhos

 

o que ficou

do nada dos dias

não interessa

não há pressa

habita em nós a flor mais bela

do canteiro mais imundo

assim é o mundo

o vento chora

e as árvores parecem tristes

nos dias de inverno

em mar de insônia

no pânico do tabaco

amarelando unhas e dedos

alucinações   morcegos

o jovem que esqueceu o passado

teve o braço assolado pela

foice

pefume da morte

amor

coice