coisas de casal
quebrei minha costela
e o maxilar daquela cadela
tudo por causa dela e
umas dezesseis doses de aguardente
sei que em mim bate um coração decente
e nas noites de inverno de abril
faço canção estridente
morro de amores por você cristina
minha menina de motel
a fazer meu céu rabiscado num papel
parecer mais belo
e se enterro minha narina cristina
num prato de cocaína
é porque sinto você mais perto do sol do meio dia
minha fatia de sono é dourada
e seus delicados pés cruzam a estrada
(também dourada)
e vou trafegando
meio sem jeito
meio torto
meio roto
meio caído
sentindo os toques da fada
não querendo mais nada
ainda lembro daquela noite em maio de oitenta e seis
perdi a costela
espanquei a cadela
tudo se deu no bar
e a sequência no meu lar
onde o arco íris pousa de mansinho
e devagarinho sou agredido pelo amor