Ribamar Bernardes

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tereza

tereza

 

 

para quando você atravessar

as caladas poças d′água

grite por meu nome  meu amor

não sei porque razão mês ou ano

se no aniversário de galileu

ou se o culpado fui eu

por ter me excedido

enquanto catava rosas pelo caminho

do fundo do lago meus olhos estão tristes

e o verme naufraga na minha dor

que é incolor

e tem horror a desinfetante

ah¿  e o mais importante  meu amor gosto de você

lendo

os antigos livros de hermann hesse

gosto de seus pés de pianista de botequim

não conosco nunca é o fim

eu sempre digo sim

mesmo com os dedos caídos sendo carcomidos por

algúm mendigo

os que tem medo que se cuidem

iremos atravessar o inferno

o fogo brotará do chão

meu amor me de a mão

é um chamuscar de horrores

dentre as minhas lindas flores esfomeadas

agora entregues

como um girassol

murcho e empoeirado

sigo calado

você grita o pavor das aranhas

devorando joelhos em sangue

mas não...

é tudo sonho

na vida tudo é sonho

meu amor

vamos colher uma flor

colocar no cabelo

esplode meu cerebelo com tragadas de amor

dominical

amor de tereza

mulher sem igual